Com a presença de mais de 2 mil pessoas de várias tendências políticas, os partidos PSB, Avante e Republicanos de Cubatão realizaram, na tarde do último sábado (20), na sede da ACIC, no Centro da cidade, a convenção que definiu a candidatura do vereador Rodrigo Soares de Oliveira (PSB), o Rodrigo Alemão, como prefeito, do também legislador Fábio Alves Moreira (Avante), o Roxinho, de vice, e dos 48 candidatos a vereador da Coligação Dias Melhores para Cubatão. O evento foi prestigiado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
Dois dias após o evento (22), Rodrigo Alemão recebeu a reportagem do Leia para uma entrevista exclusiva. Confira os principais trechos:
Leia: Rodrigo, o seu nome acaba de ser confirmado em convenção como candidato a prefeito de Cubatão. O que isso representa para você?
Rodrigo Alemão: Bom, sem dúvida, vem um filme à cabeça, porque é uma caminhada de uma vida, que eu frisei no meu discurso. Eu comecei na carreira política muito jovem, tinha 10 anos de idade, hoje eu tenho 41 anos. Sempre acompanhando o meu pai, que foi vereador por três mandatos, e eu fui eleito vereador em 2016. Em 2020, reeleito vereador, sendo o segundo mais votado da cidade, e meu pai ao lado o tempo todo, já com o planejamento de que nesta eleição nós estaríamos colocando nosso nome como pré-candidato a prefeito. Então, veio um filme à cabeça, porque é um momento que foi trabalhado durante a minha vida toda. E uma construção política também que iniciou, em especial a partir de 2021, com os vereadores da oposição, onde ali a gente entendeu que era necessário dar um basta nessa administração pífia que existe hoje na cidade e recomeçar Cubatão, colocando as prioridades nos devidos lugares.
Leia: E como ocorreu essa construção política?
Rodrigo Alemão: Nós fizemos um arco de aliança com os vereadores da oposição e sempre sendo apoiado e muito próximo do deputado federal Paulo Alexandre Barbosa, do deputado estadual Caio França, do próprio Marcio França, e dentro desse arco de aliança nós conseguimos construir três partidos políticos: o Avante, o PSB e o Republicanos.
E o que é interessante é que nós somos, hoje, a única frente em que temos uma proximidade com o Governo Federal e o Governo do Estado, sendo que a prova é a própria vinda do vice-presidente da república e ministro Geraldo Alckmin na Convenção. Foi a primeira vez na história da cidade que nós tivemos um ministro e um vice-presidente da república em uma convenção partidária em Cubatão.
E na sexta-feira retrasada nós recebemos aqui na cidade o secretário estadual de Turismo, Roberto de Lucena, que veio deixar portas abertas do Governo do Estado e declarar o apoio do Tarcísio à nossa pré-candidatura e agora candidatura devidamente homologada.
Então, essa convenção foi marcante porque foi uma história de um trabalho, a vinda de figuras que demonstraram que querem de fato ver essa cidade retomar o crescimento, que não estão concordando com o que está acontecendo. Três partidos políticos importantíssimos no processo, os vereadores da oposição unidos em torno dessa causa, 48 pré-candidatos a vereadores e vereadoras. E a população em peso, de forma voluntária, cerca de duas mil pessoas participando dessa convenção partidária. Então, acho que tudo isso que aconteceu demonstra de fato um sinal que a população, o Governo do Estado, o Governo Federal, querem uma renovação com qualidade na cidade de Cubatão.
Leia: Porque existe esse movimento forte em torno de uma renovação na cidade?
Rodrigo Alemão: O primeiro ponto é que Cubatão foi o município da Baixada Santista que mais perdeu moradores, segundo o Censo de 2022. Saímos de 126 mil para 112 mil habitantes. Isso traz um reflexo em transferências de recursos federais e estaduais. E, na prática, é o morador entendendo que não tem qualidade de vida, buscando cidades vizinhas com maior qualidade de vida, mesmo pagando uma carga tributária maior do que em Cubatão.
Somos a sexta maior renda per capita do estado de São Paulo e vigésima sétima maior do país. Portanto, a saída dos moradores está na contramão da realidade financeira orçamentária da cidade. E esta renda gerada aqui, que realmente é destacada a nível nacional, ela não demonstra uma distribuição da forma correta para a população. Tanto que temos os extremos na cidade. População que não tem o básico e uma cidade muito rica na outra ponta. E isso traz um reflexo também que o município de Cubatão foi o município que teve um dos piores IDHs do país. E a mortalidade infantil é comparada aos países subdesenvolvidos da África.
Então, de fato, a péssima gestão é questão de governança. Nos últimos dias, inclusive, ficou muito claro até a questão da corrupção instalada na cidade, do governo Ademario e César. Pessoas próximas a eles que acabaram presas, respondendo a processos. Portanto, a cidade está mergulhada na corrupção, sendo má-administrada, e com pessoas que não têm vínculo com Cubatão, que eu não tenho dúvidas que, acabando o mandato deles, eles vão sumir do mapa.
Leia: Mesmo com esse cenário nebuloso, às vésperas de uma eleição, a atual gestão insiste em colocar um nome à disposição, no caso o César Nascimento. Por que tanta vontade de continuar à frente do orçamento de Cubatão?
Rodrigo Alemão: Porque acredito que são interesses particulares e até obscuros. Eu não vejo outro motivo, porque a população não avalia bem, é uma das piores administrações avaliadas aqui na Baixada Santista. Temos hoje o pré-candidato escolhido pelo Ademario, o vereador César, que em três mandatos de vereador ficou oito como Chefe de Governo. Tem uma lei só aqui na cidade de Cubatão, que foi aprovada 15 dias atrás, que não vem demonstrando na vereança uma excelência no seu mandato, mas quer gerir a cidade. Então, o governo Ademario e César demonstraram, na prática, que são ineficientes.
Leia: Como mudar essa situação?
Rodrigo Alemão: Eu tenho falado que o município de Cubatão precisa fazer o arroz com feijão bem feito primeiro. Não é fazer obra faraônica na cidade. Temos uma cidade que tem um potencial, por contar com orçamento bilionário, mas na outra ponta, uma cidade muito pobre. A distribuição da renda não está sendo feita da forma correta.
Cubatão era referência, o servidor público era o mais valorizado da região. Hoje, eles vêm para Cubatão para servir de escadinha para outros serviços públicos. Não se enraízam novas famílias aqui em Cubatão, e acaba ficando um povo sem identidade, que está indo embora, como foi comprovado no último Censo.
Eu acredito muito que a gente, fazendo esse arroz com feijão bem feito, resgatando nossos valores, aquilo que deu certo há pouco tempo atrás e, óbvio, projetando a cidade para o futuro, a gente vai, sem dúvida nenhuma, resgatar o orgulho de ser cubatense.