Na última semana, a Baixada Santista foi surpreendida pelo Governo Federal com o anúncio do leilão do STS-10, área do Porto de Santos localizada próxima ao bairro do Saboó. A divulgação foi feita sem antes ter uma discussão com os trabalhadores portuários e os moradores da região. O vereador de Cubatão Fábio Alves Moreira (Avante), o Roxinho, cobra a inclusão da cidade neste debate e alerta que a falta de representantes cubatenses nas esferas estadual e federal afastam o município das discussões.
“Cubatão sempre é colocada em segundo ou até terceiro plano quando se fala de Porto de Santos, mesmo quando as ações são feitas no próprio município. Vivemos isto recentemente, quando a autoridade portuária divulgou que um pátio de caminhões na Ilha do Tatu, perto da Ilha Caraguatá. Cubatão só foi praticamente avisada de que teria que receber o pátio e, em seguida, foi feita uma audiência pública que nem no município foi realizada”, disse o vereador.
Roxinho fala da falta de estudo de impacto. “O espaço, que corresponde a uma área de 412 mil metros, contará com cerca de 600 vagas. Não houve sequer uma discussão sobre o que isso vai ocasionar no trânsito das estradas que cortam Cubatão, se haverá geração de emprego e até para questões ambientais”, explicou o legislador.
Para Roxinho, o fato de Cubatão não ter representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados afasta a cidade das discussões. “Infelizmente, não temos uma voz ativa nas casas legislativas estadual e federal e, com isto, a cidade é sempre colocada à margem. A verdade é que Cubatão acaba sendo a área de serviço da região, sem que a comunidade seja ouvida”, afirmou.
Roxinho alerta que mesmo o STS-10 sendo no Saboó, Cubatão deve ser ouvida.
“Qualquer expansão na área portuária, seja em qualquer uma das margens, aumenta a demanda de trânsito no Sistema Anchieta-Imigrantes, que engloba também as rodovias Cônego Domênico Rangoni e Padre Manoel da Nóbrega, além da interligação próxima ao Jardim Nova República. Todas estas vias citadas cortam Cubatão e quando há qualquer problema de congestionamento nestas estradas, a cidade tem problemas de trânsito. Por isto e por conta de outras questões, a comunidade cubatense tem que pensar em ter representatividade estadual e federal, para que representantes possam ter voz pelo município”, finalizou o vereador.